quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Os excessos do artista

Tenho para mim que, essencialmente, há dois tipos de jogadores: os que pensam em linhas rectas, procurando sempre o caminho mais curto entre dois pontos, e os que descobrem atalhos nas curvas mais improváveis. Uma equipa precisa de ambos, do rigor, da fiabilidade e da disciplina táctica de uns e do génio imprevisível dos outros, mas são quase sempre os segundos que nos roubam os pontos de exclamação, nos esgotam os adjectivos, nos fazem questionar as leis da física e os limites da imaginação. Hulk pertence ao segundo grupo. Imagina uma obra de arte em cada lance e raramente resiste a tentar desenhá-la no relvado. Quando falha, e falha algumas vezes, dizem que tem mau génio, que não aprende, que não devia inventar. Dizem-no, porque olham para um jogo de futebol e vêem um impresso das finanças para ser preenchido quadrícula a quadrícula, de forma mecânica e infalível. Hulk vê um quadro de Van Gogh. Seria um pecado que não o tentasse desenhar.

Jorge Maia, in O Jogo


Entretanto, o Sr. Paulo Futre resolveu falar e dizer mais uma das suas inteligências. O Hulk não é para um clube maior, como Futre afirma, o Hulk é para o Porto, o clube GRANDE que o descobriu no Japão! Se um dia tiver que sair, espero que saia efectivamente para um clube maior... há poucos, existirão talvez uns 5, dos quais o Atlético de Paulo Futre não faz parte. Espero que Hulk, no dia que tiver que sair, que não será certamente no dia que Paulo Futre achar, que mude para melhor e não para clubes de meio da tabela, para um dia mais tarde não se arrepender...

Sem comentários:

Enviar um comentário