Até os comemos!

Eles queriam festa e achavam-se capazes de nos derrotar no nosso próprio Estádio, na nossa cidade! Reservaram espaços, decoraram autocarros, montaram palcos, prepararam directos televisivos, levaram foguetes... mas foi tudo cancelado! Tiveram que meter tudo no... saco! Vieram aos milhares, cheios de peito, envolvidos na euforia resultante do facto de a duas jornadas do final ainda estarem na luta pelo título. Percebe-se porque é algo a que não estão habituados...
Até lhes bastava o empate, algo que a melhor super-equipa dos últimos 20 ou 30 anos iria conseguir sem grande dificuldade, afinal eles eram os maiores... pensavam eles. Mas por vezes, não há colinho que os salve, não há expulsão que os ajude e nem as agressões perdoadas os salvam. Isto porque do outro lado estava um Porto à antiga, em todos os aspectos, pois viu-se também um estádio "incendiado" que resultou num ambiente como há muito não se via, um autêntico inferno (sabem lá eles o que isso é) que ajudou os nossos "guerreiros" a chegar à vitória, mesmo com 10 elementos. Épico!

Como que por magia reapareceu a mística, a garra e a alma do Campeão! O orgulho estava ferido e no campo mostramos (mais uma vez) que somos mais fortes! No Dragão manda o Tetra Campeão e reavivou-se o já saudoso "até os comemos", num jogo que foi um sinal da revolta da nação por tudo o que fizeram ao Campeão. Fomos bravos e todos juntos vencemos e convencemos! Claro que depois do jogo o que interessou foi falar de umas pedrinhas e de umas bolinhas, para desviar atenções, parecendo que toda a gente se esqueceu e não enalteceu um facto importante: foi com dez jogadores que viramos o resultado e nesses dez estavam Beto, Miguel Lopes, Guarin, Belluschi e Farias, todos habituais suplentes... O que eles não diriam da super-equipa se tivessem alcançado um feito semelhante. Mas que falta de estofo de campeão que eles têm...

Apresentamos o nosso melhor onze possível e fomos uma equipa unida! Brilharam mais alto Beto, Guarin e Belluschi num jogo que até começou morno mas rapidamente aqueceu. O Visitante começou melhor e até enviou logo uma bola à barra, um susto que se sentiu mais nas bancadas do que no campo, pois a equipa manteve a atitude a calma e pouco depois Rolando, na sequência de um canto, falhou por pouco o alvo. Daí para a frente só deu Porto e o Joaquim passou por apuros com os remates de Guarin e Hulk. Mas o golo chegaria já perto do final da primeira parte, na sequência de um canto apontado por Belluschi, aparece Bruno Alves lá no alto, imperial a cabecear com força (tão violento que ele é) fora do alcance de Joaquim. Explosão de alegria! Ainda antes do intervalo, Meireles podia ter feito o 2-0 mas o remate saiu por cima...

Estava forte o Porto e o árbitro também se apercebeu disso, tanto que logo no início da 2ª parte tratou de expulsar Fucile... Mais uma vez o Visitante a jogar em superioridade numérica, algo que estão habituados este ano. Mas note-se que conseguiu expulsar Fucile num lance em que ele sofre duas faltas e na vez do penalti resolve exibir o amarelo e vermelho para ver se equilibrava as coisas. Missão cumprida! Certo é que equilibrou, pois pouco depois o Visitante empata. Respirou de alívio o Benquerença...

A festa que eles queriam parecia ter chegado, com ajuda mais uma vez. Mas o Porto cerrou os dentes e com dez foi para cima deles. Durou 2 minutinhos a festa, pois Farias aguentou a carga, rodou e bateu Joaquim pela segunda vez! Nova explosão de alegria. Ali todos soubemos que não fugia esta vitória. O Dragão estava vivo e não ia deixar os lampiões festejar, até porque por esta altura o Braga também marcara. Mas ainda faltava meia hora e estávamos a jogar com 10. Mas a nossa força era de tal ordem que, mesmo assim, criamos mais oportunidades, com destaque para uma arrancada de Guarin ainda no nosso meio-campo que acabou perto da grande área do visitante onde rematou com a bola a sair um pouco ao lado. Depois outra arrancada, desta vez de Hulk, pela direita, ofereceu a bola a Guarin que rematou com estrondo na barra! Só dava Porto! O momento da noite - a estocada final - estava guarda para Belluschi, que da esquerda flectiu para o meio e depois do TÚNEL a Aimar, mandou uma bomba para o fundo da baliza do Joaquim! Golaço! E com estrondo cancelou-se uma festa há muito anunciada...

Uma nota final para o Sr. Olegário Benquerença que "Bemquetentou" ajuda-los, mas não conseguiu. Expulsou Fucile por simulação num lance que é agarrado duas vezes na área e depois não expulsa Coentrão e Di Maria pelo teatro habitual. Não esqueçamos que este é o árbitro que tudo permite ao Sr. Luisão. Depois de um pontapé nas costas a um jogador do Nacional caído no chão, ontem deu um soco a Belluschi e como na outra vez só viu o amarelo... coincidências. Por falar em Luisão, pergunto se não há castigo para um jogador que atira objectos para o público...

Por mais que falem de tácticas, técnica dos jogadores e audácia dos treinadores, o importante é a vontade, o crer e a raça com que se entra para um jogo. Nisto fomos novamente insuperáveis, fomos o Porto! E quando se joga à Porto não há tácticas, árbitros, castigos ou túneis que nos parem!

Parabéns rapazes! Sabemos que não ganharam nada, foi apenas mais um jogo, mas foram heróis. Não permitiram festas nem humilhações na nossa casa e mostraram que não somos bombos da festa de ninguém. Festa que tem sido sucessivamente adiada e quem sabe se o Rio Ave não faz uma gracinha... Isso é que era!

O Porto é nosso!
O Porto é nosso!
O Porto é nosso e há-de ser!
O Porto é nosso e há-de ser...
O Porto é nosso até morrer!