Só um escapa...

Quando se pensava que, em Alvalade, já tínhamos batido no fundo, surgem uns espantosos 15 minutos de desorientação completa, que por pouco não resultaram em semelhante humilhação. Isto perante um Olhanense que luta pela manutenção... Nós adeptos, merecemos mais. Depois da vergonha de Alvalade, era obrigatório mostrar outra atitude. Virem dizer que ainda acreditam, não atiram toalha ao chão e que não deixam de ver filmes a 10 minutos do fim e depois apresentar esta atitude (já nem falo de futebol) é gozar connosco...

Mas, antes de mais e voltando ao Post anterior, tenho que rectificar as minhas contas... Tinha referido que no exercício de aquecimento em que os jogadores aparecem isolados, à entrada da grande área e, apenas com o guarda-redes pela frente, tentam chegar ao golo, apenas cerca de 6 dos 30 remates entravam. No entanto, ontem apenas entrou um... Sim, em 30 remates apenas entrou um! Isto baixa consideravelmente a percentagem de sucesso, que tinha referido ser de 20%. Enganei-me, pois ontem foi de apenas 3%. Miserável! É apenas um pormenor, mas é a junção de pormenores destes que resultam num por maior que nos inquieta.

O onze apresentou algumas surpresas, pois o Professor decidiu dar descanso a Fucile, Rolando e Varela. No entanto, os 11 que entraram tinham obrigação de fazer mais, muito mais. Não se admite que aos 15 minutos estejamos a perder 0-2 com ninguém em nenhum estádio do Mundo! Muito menos no Dragão com o modesto Olhanense... "Somos o Porto" ou não somos? Falar é fácil, sê-lo tem sido mais complicado.

Sendo certo que foi um jogo em que tudo correu mal, onde houve bolas nos postes e defesas impossíveis, a sorte até nos protegeu porque empatamos já nos descontos. Empate esse que não serve de nada e nem percebi o porquê de tantos festejos... É melhor que a derrota? É sim senhor, mas o sabor é igual. Neste jogo voltou a sobressair Falcao - o único resistente - que se destaca numa equipa de futebol atabalhoado e perdida em campo. Foi, com Varela, o mais inconformado com o que se estava a passar e lutou até não poder mais pelos golos que dessem a volta à situação. Marcou um e ajudou no outro e é pena que agora sejam colombianos a resolver o que em outros tempos era resolvido pelos de casa. Estamos sem identidade, "Somos o Porto" pelas camisolas e adeptos e isso só não chega... No banco do adversário, estava Jorge Costa, um homem que certamente sabe do que falo. Pena que tenha estado no banco errado...


A culpa de tudo isto, para mim tem um rosto: Jesualdo Ferreira. O único treinador do mundo que a perder 0-2 em casa consegue permanecer sentado no banco de uma equipa como o Porto. Não se impunha uma maior reacção do que apenas mandar aquecer Varela? Percebe-se que ele já não sabe o que fazer e fica resignado com o que se passa.

A culpa não é só dele, pois os jogadores, por si, deviam também fazer mais. Principalmente os supostos líderes Bruno Alves e Meireles (que nem jogou), que também têm sido apontados como a causa de tudo isto. Não sendo eles referências como foram João Pinto, Jorge Costa, Vítor Baía ou Pedro Emanuel, é uma injustiça culpa-los só a eles pelo que se passa. São os únicos jogadores à Porto que temos! Se não parecem motivados para jogar, a culpa é de quem não os motiva, de quem não lhes transforma aquela cabeça para tirar o maior rendimento deles. A culpa é também de quem contrata Valeris, Migueis Lopes, Maicons, Guarins, Orlandos Sás, Tomas Costas, Predigers, Belluschis, etc. Eu também não queria jogar com eles! Ambicionaria mais e se visse estes ganhar o mesmo que eu, não ia gostar...

Até aqui eram heróis, agora não servem? Quando corria tudo bem eram “os nossos meninos" e agora são os bodes expiatórios? Quer-me parecer que, por exemplo, se ainda cá estivessem o Lucho e Lisandro e a época também corresse mal, também a eles lhes iriam apontar o dedo...
Isto já aconteceu com Derlei, que de herói passou a vilão e parece que é um filme que querem que se repita. Não podemos ser ingratos nem podemos ganhar sempre.


Por fim, uma palavra para o Helton: por favor está calado e pára de dizer disparates. Já nos chega o que (não) fazem em campo e dispensamos ser gozados também pelo que dizem fora dele. Se o filme ainda não chegou ao fim, que acabe rápido porque não gosto de filmes de Terror.


Em Londres, não há impossíveis e há uma imagem para limpar.