segunda-feira, 17 de maio de 2010

A 15ª Taça de Portugal

Dia de Final da Taça de Portugal, a chamada "festa do Futebol", mas apenas quando os intervenientes são outros... A pessoa mais desligada do futebol, nem sabia que Domingo era dia da Final da Taça, mas saberia que em Timor reinava o maior festão devido à presença de um ou outro lampião. Meus caros, é por estas e por outras que se canta o "FDP SLB" que muitos não gostam e não entendem. Mas afinal que país é este que tem uma comunicação social completamente parcial? Ainda hoje, no dia seguinte à vitória do FC Porto têm a lata de fazer manchete sobre um jogador que está prestes a transferir-se para o mais recente Asilo Clube de Portugal...

O jogo, não foi tão fácil como se esperava. A confiança na vitória do FC Porto era inabalável, mas o que não se esperava era vencer apenas por um golo de diferença, tanto mais que o Desportivo de Chaves acabava de ser despromovido da 2ª Liga... A missão era fácil de cumprir, mas foi por culpa própria que não se conseguiu mais e melhor. O onze teve apenas uma surpresa, com Helton a jogar no lugar de Beto e, logo nos minutos iniciais, esta aposta ia sair furada, quando numa paragem de relógio do nosso guarda-redes o Chaves quase inaugurava o marcador... O jogo estava entre o fraco e o fraquinho e para isto muito deve ter contribuído o mau relvado e o excesso de confiança dos nossos jogadores. Mas depois do susto, foi a vez de o Chaves errar e de Guarin não perdoar. Mau atraso e o colombiano galgou desde o meio campo até à área e já no interior desta rematou cruzado para o golo. Foi este o despertador do Porto que daqui para a frente fez desta primeira parte um jogo com sentido único. Começou a aparecer Hulk que voltou a ser incrível nas suas arrancadas, bem como no desperdício. Foram 3 ou 4 vezes que apareceu na cara do guarda-redes adversário e só numa teve sucesso... quando decidiu passar a Falcao que se limitou a encostar para o 2-0. Estava resolvida a questão e só se pensava na goleada que estava para vir... O chaves ficou meio à deriva, com a excepção de um avançado possante (Diop) que ia dando trabalho à nossa defesa.

A segunda parte, quase não teve história. O Porto entrou a dormir e sem vontade de fazer mais. Não impôs ritmo e limitou-se a trocar a bola (por vezes mal) mas longe da baliza do Chaves. Não se percebe o porquê desta falta de vontade, apesar do resultado estar feito, não se deviam esquecer que foram 20 mil os adeptos que se deslocaram a Oeiras para ver futebol... Com esta falta de atitude, não foi de estranhar o golo do Chaves a 5 minutos do final, na sequência de um erro de Rolando e B. Alves que tal como o resto da equipa estavam apenas à espera do apito final... O Chaves ainda acreditou, mas felizmente o tempo já não era muito.

O mais importante foi conseguido, trazer a 15ª Taça de Portugal, numa vitória sem brilho mas, apesar daquela segunda parte, foi mais do que merecida. Parabéns ao Porto e também ao Chaves e aos seus adeptos que apesar das dificuldades (distância e custos) se deslocaram também a Oeiras. Registo para o aplauso de todos os Portistas presentes à equipa adversária e para a pouca efusividade na festa da vitória, pois as Taças "sozinhas" não nos satisfazem, só com o campeonato ao lado têm mais valor.

Terminou uma época em que apenas conquistamos dois títulos. Terminou um ciclo que se espera seguido de outro já com início no próximo ano, espera-se. Como também se espera que os jogadores que não têm qualidade e/ou vontade para representar o Porto que sigam a vida deles, porque estão no seu pleno direito.

nota: carros e autocarros de adeptos do FC Porto e do CD Chaves foram apedrejados à saída de Oeiras, no entanto, esse facto não teve a mesma repercussão que tiverem incidentes similares ocorridos na semana passada... apenas porque mudaram as cores dos intervenientes, que neste caso nem sequer tinham nada a ver com esta final da Taça. A violência não tem nenhuma cor, mas para comunicação social tem muita...

7 comentários:

  1. Pedro,
    Já tinha alertado no seu blog para a falta de motivação para o jogo que se adivinhava. Na altura troçou de mim.
    Acho que, quando diz que parou o relógio a Helton, é mais uma falta claríssima que quando acontecem contra nós, nunca são assinaladas, Fossem contra outras equipes...
    Tal como o golo do Chaves é precedido de uma falta clara que disvirtua a jogada.
    Mas no geral concordo com o que diz e é pena que a mentalidade ganhadora e a mística do PORTO andem tão mal representadas. Infelismente (já lhe falei sobre isso) penso que tudo, ou a maior parte, será unica e exclusivamente da responsabilidade do nosso treinador.
    Saudações PORTISTAS

    ResponderEliminar
  2. valeu a conquista da Taça....
    relvado vergonhoso, motivação da equipa perto de zero, Helton de regresso à baliza e a fazer as habilidades do costume (Beto só pode estar a ser poupado para o Mundial porque de outra forma não percebo o regresso do labrego do brazuca da viola), Meireles de rastos, Bruno Alves desconcentrado e violento, Jesualdo crispado.
    realmente, a malta habitua-se a ganhar o campeonato e quando só ganha o 2º mais importante título fica assim....sem vontade de festejar.
    Quanto à vergonha dos jornais desportivos : É muito simples....bastava, para contrariar a indiferença "cerebral" dessa imprensa, recordar que o FC Porto é detentor de 53% dos títulos nacionais da última década. Anda por aí muita gente a falar do início de um novo ciclo....mas é uma transição de ciclo basesada apenas no título benfiquista e no folclore à volta da equipa da 2ª circular.....de concreto, nada de especial.
    para travar este hipotético ciclo que agora se inicia nada melhor que ganhar a taça e ainda mais importante nesta perspectiva do travamento do pseudo ciclo, começar a época a ganhar a super taça ao Benfica.

    Becas

    ResponderEliminar
  3. só mais uma que me esqueci...lamentável a forma como os violentos do costume atiraram pedras indiscriminadamente na emboscada patrocinada pela benfica TV. tal como já disse tanta vez, trata-se de actos criminosos e existe moldura penal para tratar dessa gente.
    lamentável a forma como a comunicação social não tratou com a mesma intensidade actos iguais, os da semana passada no Porto e os desta semana em Oeiras.

    Becas

    ResponderEliminar
  4. Hoje,e mais uma vez e para reforçar a sua teoria, decidi dar atenção as capas dos jornais desportivos mais relevantes em Portugal. E deparo-me com a capa do jornal record que faz referencia ao maniche que rescindiu contrato com o colónia e parece que vai para o sporting. Isto é uma vergonha, como é possível ontem o FCPorto ter arrecadado um dos troféus mais importantos em Portugal e os lisboetas falam de um rumor de tranferência do sporting. É hora de dizer basta, peço a todos os amantes de desporto que deixem de comprar esse jornal que nunca, em tempo algum será parcial como mandam as normas dos jornalistas. Não se trata só do Porto mas sim de tudo o que não é lisboeta, chega, nao queremos e muito menos precisamos de comunicação social assim, divulguem a mensagem para esses pseudo-jornalistas se dedicarem a escrever sobre o aeroporto e a outra ponte no tejo aí é que eles devem ser bons. Saudações

    ResponderEliminar
  5. Não foi o Porto que declarou um black-out?

    Esta reclamação sobre o tratamento jornalístico é uma anedota. Que raio de estratégia é esta de reclamar da falta de notoriedade? O FCP também vive de comunicação, mas muitas vezes vive contra a comunicação. Depois reclama? Esta estratégia é um absurdo. Será que a Unicer quer ver a sua marca associada a quê? É verdade que é muito triste que o critério editorial assuma o critério da notoriedade acima do critério da importância desportiva, mas essa é uma regra dos média actuais. É assim porque os estudos provam que vende mais. Tal como as músicas da rádio são escolhidas por critérios diferentes da qualidade. Já devia ter percebido que as capas são como são por causa das vendas. O Porto não vende? Essa é que devia ser a sua preocupação. O Maniche vende mais que o Porto a erguer a taça? Os marketers devem achar que sim. Como é que isto se muda? Não é com boicotes é com comunicação. Mas se quiser façam lá mais um black-out.

    ResponderEliminar
  6. Caro amigo, percebo o ponto de vista, mas acho que isto é mais profundo que o simples facto de vender ou não. Sabe tão bem quanto eu que se o Chaves tinha ganho a Taça, o CR7 podia estar quase a assinar por um qualquer clube de Lisboa que isso não vinha nas manchetes...

    Se são os adeptos do Porto a causar estragos já vende? Quando são os outros faz-se quase de conta que nada acontece como ainda ontem na Taça? Adeptos lampiões que nada têm a ver com a Taça deslocam-se ali para atirar pedras... imagine se fossem os adeptos do Porto a fazer isso...

    Trata-se de parcialidade jornalística e não só o facto de querer "vender" mais...

    Mas também lhe digo: espero que assim continuem, porque foi assim que sempre ganhamos. Que continuem a vender, que nós continuaremos a ganhar.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  7. O Record de ontem fez duas capas, julgo que uma para vender a Sul e outra Norte. Situação que me parece estranha, mas mais uma vez prova que é o mercado que manda.

    A violência deve ser condenada. Toda a violência deve ser condenada. A vermelha, a azul, a verde, a amarela e de todas as cores do arco-íris.

    O futebol devia ser festa. Nas bancadas deveria ser possível ter lado a lado adeptos de cores diferentes. Quando o meu pai me levava ao futebol era assim. Havia uns índios, uns indesejáveis que ficavam lá para um canto. O resto era gente de bem. O meu pai nunca teve medo de me levar com ele ao futebol.

    Os ingleses são os hooligans, mas eu vejo na televisão estádios cheios. É de Itália, França, Espanha, e agora Portugal, que vejo coisas tristes. As claques são o lado negro do futebol.

    Eu acho que falta coragem para resolver o problema das claques. Não conheço nenhum caso de condenação exemplar. Os líderes das claques comportam-se como verdadeiros chefes de gangs. E aqui não boas e más, são todas más.

    Todos conhecemos os efeitos do grupos. Há muitos corajosos que gostam de ir a gritar insultos no meio de um cordão de protecção fossem sozinhos e queria ver se o faziam.

    Gostam de invadir áreas de serviço? Eu resolvia o caso muito facilmente: Portam-se mal ficam aqui. Não há futebol para ninguém.

    Há muitos documentários sobre os ultras, só não vê quem não quer ver. Não passam de associações de marginais. Formas de demonstração de poder que acabam por servir de pano de fundo para outras actividades.

    Querem acabar com a violência, controlem de forma rigorosa e exemplar as claques. Obriguem, cobrem e exijam franquias elevadas pelo acompanhamento policial. Obriguem judicial e criminalmente responsáveis das claques. Exijam seguros de responsabilidade civil para estarem legalizadas, etc. E, muito importante, não dêem protecção policial a claques não legalizadas. Querem ser hooligans? Pois sejam, mas então viajem sozinho e sejam tratados como qualquer cidadão. Eu se partir um vidro pago ou vou para a esquadra.

    ResponderEliminar